sábado, 12 de março de 2011



O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas,
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte .





Dos três mal amados .

Um comentário:

  1. EXCEÇÃO

    (Mailson Furtado)
    P’ra comer:
    Dinheiro.
    P’ra andar:
    Dinheiro.
    P’ra viver:
    Dinheiro.
    P’ra pensar:
    Dinheiro.
    P’ra morrer:
    Dinheiro.
    P’ra trabalhar:
    Dinheiro.
    P’ra querer:
    Dinheiro.
    P’ra amar:
    Amor.

    13 de out. de 2007

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